Placa de cinturão parcialmente preservada. Secção rectangular descontínua definida por moldura de traço irregular, para além da qual existem pequenas pontas de função decorativa dispostas sem rigor simétrico que prolongam a peça; fundo liso decorado a incisão com círculos inseridos noutros maiores, ligados entre si por linhas rectas. Na parte conservada existem ainda duas argolas; perdeu-se a parte relativa à fivela.

O fragmento de placa de cinturão que actualmente se expõe no MAC insere-se cronologicamente no segundo período, - ou no nível V da sistematização de Gisela Ripoll López (RIPOLL LÓPEZ, 1998, p.373) - ainda que seja praticamente impossível determinar para todo o espaço peninsular a altura exacta em que a tendência latino-mediterrânica substituiu o vestuário de origem germânica. Por exemplo, o núcleo de placas de cinturão da região de Álava, recentemente estudado por Luis Gil Zubillaga, é datável do século VII, mas denota diferenças formais assinaláveis em relação à pequena peça do MAC (GIL ZUBILLAGA, 1998, pp.399-407). Esta, mantém um longínquo parentesco para com o grupo de placas visigóticas dos Museus Arqueológico Nacional de Madrid e Metropolitan de New York, mas já sem o requinte de concepção, de trabalho de ourives e de desenho que caracteriza aquelas peças. Na sua simplicidade e feitura rude, constitui um interessante testemunho do que poderá ter sido a crescente procura de um produto de certo prestígio social durante o século final de domínio visigótico na península.